Quem tem o hábito de escrever , acredito, que como eu, deve guardar muitos rascunhos e rabiscos nos cantos e nas gavetas.
Como escrevo desde minha adolescência, tem muito papel de todos os calibres, incluindo guardanapos de restaurante, pois quando a inspiração vem, a gente acha um jeito de acolhe-la e lhe dar a forma das letras…
As vezes faço umas faxinas, mas sempre encontro coisas que me surpreendem de te-las escrito. Ou por seu toque de humor, ou por sua profundidade de sentimento ou por seu desabafo.
Hoje, organizando umas gavetas, encontrei um poema que fiz em 1982, com o título O Homem Ideal. Imagine se lembrava disso?! Naquele ano escrevi muitas coisas. Atualmente isso é pouco comum. Vai saber por que?
Achei-o pitoresco e resolvi compartilhar.
O HOMEM IDEAL
O Homem Ideal
é aquele
que nunca aparece
mas que a mulher
enaltece
e procura
e se esquece
que é loucura
querer achar
um espécime tal!
O Homem Ideal
é aquele que se espera
uma vida inteira
na teimosia de acha-lo
em qualquer lugar,
der repente,
mas é bom sentar
numa cadeira
porque, gente,
ele não existe , não.
É só imaginação!
O Homem Ideal,
se existisse,
seria da comida o sal,
o lado humano do animal,
o brilho palpável
das estrelas,
a sensação de pegá-las
e não apenas vê-las.
O Homem Ideal seria
esse punhado de fantasia
transformado em realidade
mas isso é utopia,
não existe essa possibilidade.
Poa, 16/03/1982 (bem retrô…)
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